(...) Nestas eleições para a Assembleia da República está cada vez mais clara a opção que está colocada aos portugueses: permitir que se prossiga o rumo de afundamento, empobrecimento, exploração, dependência que PSD, CDS e PS têm imposto ao País e de forma agravada nestes últimos anos ou agarrar a oportunidade de, agora com o seu apoio e o seu voto na CDU, abrir caminho a uma ruptura com a política de direita e à concretização de uma política patriótica e de esquerda.
São estas as reais opções e não quaisquer outras. Opções cada vez mais alicerçadas na evolução da realidade da vida política do País e confirmadas no balanço que fazemos da pré-campanha eleitoral que agora termina.
(...) O que posso transmitir-vos, neste início de campanha e com muitas iniciativas já realizadas é que o sentimento que rodeia a nossa campanha é de uma grande confiança na CDU, um apoio crescente a esta força em que as pessoas reconhecem um percurso de coerência, de verdade, de seriedade.
O reconhecimento de que na CDU reside essa imensa força, a força do povo, a força com que os trabalhadores e o povo sabem contar para defender os seus direitos mas também para desbravar o caminho a uma política alternativa, patriótica e de esquerda ao serviço do povo e do País.
Sim porque na CDU reconhecem os que não desertam nas horas difíceis, os que não se revelam apenas nos períodos eleitorais.
Foi a CDU, e só a CDU, com que os trabalhadores e o povo puderam contar quando foi preciso combater injustiças e exploração.
Sim esta grande força, a força do povo, que tem soluções para o País, que combateu como ninguém o actual Governo do PSD e CDS, que denuncia as manobras para perpetuar a política de direita. Sim esta força que dá garantias de que o apoio e os votos dos trabalhadores, dos democratas e patriotas pesarão na hora de decidir uma política patriótica e de esquerda.
(...) Bem se pode dizer que a CDU é gente séria.
Gente séria porque honramos a palavra dada. Com a CDU, os trabalhadores e o povo sabem com o que podem contar, conhecem que o que dizemos cumprimos, que não andamos a semear promessas e mentiras para ganhar votos, porque na CDU o voto de cada um é integralmente respeitado.
Gente séria porque estamos na política não para nos servir, mas para servir os interesses dos trabalhadores, do povo e do País.
(...) Gente séria porque leva a sério os problemas dos trabalhadores, dos reformados, dos pequenos e médios empresários, dos jovens, porque na sua acção a CDU dá resposta às suas inquietações e justas aspirações, porque ligada à vida conhece e responde às suas preocupações e intervém na defesa de todos os que são atingidos pela política de direita.
O embuste
(...) Mas o que esta pré-campanha também revelou foi a identidade, no essencial, das políticas daqueles que têm governado o País – o PS, PSD e o CDS – apesar do esforço em contrário da nada inocente campanha de bipolarização política que está em marcha a coberto dessa mistificação da eleição para primeiro-ministro.
(...) O que eles querem é vender a ideia de que a única opção nestas eleições é escolher entre aqueles que têm a responsabilidade de ter conduzido o País para a crise e o colocaram à beira do abismo.
Escolher entre dois males!
O que ficou muito claro, digam hoje que disserem, foi a sua comum responsabilidade pela situação de declínio, dependência, empobrecimento de Portugal e dos portugueses!
Foi a identidade da sua matriz política que é, no essencial, a mesma. A mesma identidade de pontos de vista que os tem unido na ofensiva anti-social e na submissão aos ditames da União Europeia e do euro.
(...) Dêem as voltas que derem, argumentem como argumentarem, não chegámos aqui por acaso.
Foi essa sempre a opção estratégica que orientou PSD, PS e CDS: – restaurar os privilégios do grande capital e o seu domínio sobre a sociedade portuguesa!
É o resultado de anos e anos consecutivos das políticas de direita do PS, PSD e CDS e dos seus governos. É o resultado também de três décadas de integração capitalista na União Europeia com o seu rol de imposições e os seus instrumentos de dominação!
Por isso aí estão todos tão empenhados a tentar limpar a folha das suas responsabilidades, a pôr o «conta quilómetros» a zero, a encobrir as suas reais intenções em relação ao futuro.
É esse o maior embuste que lançaram neste tempo de pré- campanha! O de quererem iludir o passado, o de estarem a esconder os projectos de mais exploração e empobrecimento que têm para o futuro.
É esse o grande perigo que os portugueses têm diante de si.
Perigos reais
Sim, camaradas, o que os partidos da política de direita e da troika reservam aos portugueses, caso sejam governo, é a manutenção da injustiça fiscal nos próximos anos e a perpetuação do aumento brutal de impostos sobre o trabalho.
O que os portugueses podem esperar é uma modificação no sistema de Segurança Social penalizadora das pensões e das reformas com novos cortes e a liquidação e desvalorização do conjunto das prestações sociais.
Nesta matéria também PS, PSD e CDS convergem. Uns dizem mata, com a sua proposta de corte imediato de 600 milhões de euros nas reformas em pagamento, os outros dizem esfola com a sua medida de redução da TSU e consequente desvalorização a prazo das reformas e pensões e da universalização da condição de recursos a todas as prestações sociais que significarão novos cortes nas prestações sociais de mais de mil milhões de euros nos próximos quatro anos.
O que PS, PSD e CDS têm para oferecer aos portugueses nos seus programas, é não só o prolongamento dos actuais cortes dos salários e pensões, mas o congelamento geral e desvalorização das remunerações do trabalho até 2019, incluindo o salário mínimo nacional, cuja actualização é remetida para as mãos do grande patronato.
O que os portugueses que trabalham podem esperar, para o futuro, destes três partidos são medidas de agravamento para pior das leis do trabalho, de aumento da precariedade e do seu alargamento e a facilitação dos despedimentos, venham eles embrulhados na falsa solução do contrato único, dos despedimentos flexíveis ou não.
O que os portugueses poderão encontrar nos anos que se seguem com os partidos que têm governado o País por turnos, é a manutenção das taxas moderadoras na saúde e a continuação dos cortes no Serviço Nacional de Saúde, na Escola Pública e nos serviços públicos, continuando a política de reconfiguração do Estado, ao serviço dos grandes interesses económicos.
(...) É este o seu programa comum! Tudo isto ficou claro nestes tempos de pré-campanha, para além das promessas de uns e dos cenários idílicos e das contas e continhas de outros que apenas servem para cobrir a negra realidade que nos deixam com o manto da fantasia.
É por isso que nós dizemos que não basta mudar de governo, é preciso também mudar de política!
Que não basta derrotar o Governo de serviço é preciso também derrotar a política de direita!
A alternativa
(...) Cada vez mais se reforça a inabalável necessidade de romper com a política de direita e afirmar e concretizar uma política alternativa.
Uma política de ruptura com as receitas e caminhos que afundaram o País e com uma visão e objectivos opostos aos que conduziram Portugal ao declínio e empobrecimento.
Temos um Programa que, com confiança, afirma que há alternativa e os problemas têm solução. Que há uma outra política, patriótica e de esquerda, capaz de assegurar o desenvolvimento do País, a elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo e afirmar Portugal como nação soberana e independente numa Europa e num mundo de paz e cooperação.
Uma política não só indispensável e inadiável, como possível e realizável.
(...) Para a CDU não há hesitação. É do lado dos trabalhadores, do povo e do País que nos colocamos. Não, como fazem PSD, CDS e PS, do lado dos que impõem exploração, empobrecimento, subordinação e submissão à União Europeia e aos interesses dos monopólios a que servem.
(...) Por isso podemos afirmar com plena verdade:
Dia 4 de Outubro o voto na CDU é o voto de todos quantos querem derrotar o Governo PSD/CDS. O voto em quem com autoridade e verdade se pode apresentar a estas eleições com um percurso claro e sem hesitações de combate diário ao PSD e CDS.
Mas também o voto que conta para derrotar a política de direita, para impedir que ela prossiga por outras mãos e arranjos.
(...) O voto contra as maiorias absolutas que alguns, desde o Presidente da República aos figurões do grande capital, desejariam que houvesse, para poderem prosseguir a política de afundamento do País e de ruína das condições de vida dos portugueses.
(...) Os desafios que temos pela frente não são apenas dos candidatos. Não é apenas dos activistas da CDU, mas de todos aqueles – democratas, patriotas – que não aceitam, nem se conformam com o sistemático afundar o País e a destruição da vida dos portugueses.
Todos nesta batalha são candidatos! Todos nesta batalha são necessários! A vida não começa nem acaba no dia 4 de Outubro. Mas a prioridade é esta batalha eleitoral.
(...) Dar mais força à CDU é afirmar que com a força do povo é possível um Portugal com futuro, numa Europa dos trabalhadores e dos povos.
Vamos para o combate que aí está. Vamos à luta com confiança!
(Título e subtítulos da responsabilidade da redacção)